Você provavelmente já ouviu falar e até jogou o cubo mágico alguma vez na vida, certo? O cubo mágico é um jogo que foi inventado em 1974 pelo professor de arquitetura húngaro Ernő Rubik, e se popularizou mundialmente a partir da década de 80, sendo reconhecido como um jogo de quebra-cabeça.
Mas como esse jogo tão popular se relaciona com a economia?vamos entender o sistema econômico, partindo da noção de um jogo de quebra-cabeça.
Acredito que todos nós já ouvimos algo sobre as palavras “sistema”, “capitalismo”, “sistema capitalista” e – para aqueles que ousaram se aprofundar um pouco mais – “sistema econômico”. Agora eu lhe pergunto: você sabe como o sistema econômico funciona?
O sistema econômico pode ser entendido como um jogo de quebra-cabeça, onde cada peça inserida, ou movimento feito, tem um papel importante para a composição do todo. Vamos imaginar um produtor rural que produz alimentos; ele cultiva e colhe, e também necessita transportar a sua produção para vender para outras pessoas.
De outra forma, se ele produzisse somente para a sua própria subsistência, acabaria ficando sem recursos para adquirir produtos que ele não produz. Assim, sob a perspectiva de que o sistema econômico pode ser entendido como um quebra-cabeça, o produtor rural seria uma peça para formação do todo, e o meio de transporte usado para levar a sua produção de um lugar até outro, seria outra peça.
Mas é preciso entender que o produtor rural não trabalha para realizar a produção dos alimentos e os envia a outras pessoas por ser bonzinho, mas sim porque ele necessita de dinheiro. Dentro do sistema econômico, umas das funções do dinheiro é servir de lubrificante para fazer a engrenagem girar. Nesse contexto, o dinheiro serve como equivalente de todos os produtos transacionados dentro do sistema, ou seja, os valores das mercadorias são expressos em dinheiro. Por isso, o dinheiro também é uma peça importante para a formação do quebra-cabeça.
Como todos os jogos têm as suas regras, nesse quebra-cabeça não seria diferente. O produtor rural necessita de garantias de que receberá os valores pré-estabelecidos pelos seus produtos, e também precisa assegurar que os produtos cheguem em condições de serem vendidos. Para que isso ocorra, você não concorda que uma terceira parte precisa entrar no jogo para exercer essa função?
Pois bem, aqui surgem as instituições reguladoras, que podemos denominar de Estado. O papel do Estado na economia, acima de tudo, é o de fazer as regras do jogo e garantir que sejam cumpridas, ou seja, que nenhuma das partes envolvidas em uma transação econômica prejudique uma à outra. Temos, então, mais uma peça na composição do quebra-cabeça.
Perceba que eu falei do produtor, do meio de transporte, do dinheiro e do Estado. No entanto, ainda é necessário inserir mais um elemento no jogo, para que se torne jogável: o comércio. O comércio é o ambiente onde são feitas as trocas de produtos por intermédio do dinheiro. É nesse local que os trabalhos de todos os agentes envolvidos em uma cadeia produtiva se encontram e são simbolizados por meio dos preços. O preço final que eu, você e todas as pessoas pagamos por um produto ou serviço contém todos os custos envolvidos ao longo dessa trajetória, desde a matéria-prima usada pelo produtor rural para a produção de alimentos, o trabalho humano e até o custo de se ter um Estado para garantir a segurança no mercado.